“Respice Stellam – Olha para a Estrela”
Ladainha Lauretana
Certa vez, numa palestra sobre Nossa Senhora, foi-me feita a pergunta: Quantos são os títulos de Nossa Senhora?
Minha resposta só podia ser: Incontáveis. A cada momento, a cada circunstância, pode sempre surgir um título digno da Mãe de Deus e, como exemplo invoquei a Virgem Santa como sendo a Rainha dos congregados Marianos ou das Congregações Marianas.
A fim de não perdermos o rumo em nossa tratativa e evitar redundâncias, adotamos, como base e referências os títulos utilizados oficialmente pela Igreja Católica nas ladainhas denominadas Lauretanas.
Olhando para a jovem nazaretana, observando Seu fulgor no Plano de Salvação ideado por Deus, é fácil perceber que Seu brilho e luminosidade é multidirecional, assim como acontece com os astros, estrelas de primeira grandeza, possuidoras de luz própria conforme vontade do Criador. Sendo assim, na constelação da Criação e da Misericórdia Divina, Maria ocupa o primeiro lugar logo abaixo de Deus e os cristãos recorrem a Ela para obter de Deus, mais facilmente, luz e proteção.
Convencidos de nossa pequenez, até para dar início a um assunto tão profundo, recorremos ao discurso de um grande devoto de Nossa Senhora com a esperança de que o mesmo nos ajude a entendermos mais e melhor as maravilhas de Deus presentes em Maria.
“Na onda das vicissitudes deste mundo, quando em vez de caminhar por terra, tens a impressão de ser agitado entre as marolas e as tempestades, não tires os olhos do resplendor desta estrela, se não queres que te traguem as ondas… Olha a estrela, invoca Maria… Se o orgulho, a ambição, o ciúme te arrastam nas vagas… Olha a estrela, invoca Maria… Se a raiva ou a avareza, se os sortilégios da carne balançam, abalam a barca de tua alma, olha para Maria.
Se a segues, não te equivocarás de caminho… Se ela te protege, não terás medo; se ela te guia, não te cansarás, se ela te é propícia, chegarás à meta.
Se fores arremessado pelas ondas da soberba, da ambição, da murmuração e da inveja, olha para a estrela, invoca Maria. Se a ira, a avareza ou as atrações da carne sacudirem a barquinha da alma, olha para Maria. Se, perturbado pela enormidade do pecado, cheio de confusão pela fealdade da consciência, cheio de medo pelo horror do juízo, começares a ser devorado pelos abismos da tristeza e do desespero, pensa em Maria. Nos perigos, nas aflições, nas incertezas, pensa em Maria, invoca Maria. Que ela não se afaste dos teus lábios nem do teu coração; e para obter o auxílio da sua oração, nunca deixes o exemplo da sua vida. Se a segues, não te podes perder; se a invocas, não podes desesperar; se pensas nela, é certo que não poderás te enganar. Se ela te ampara, não cais; se te protege, não tens o que temer; se te guia, não te cansas; se te é propícia, chegas ao fim…” São Bernardo de Claraval –(“Homilia super Missus est“, II, 17).
Vito Nunziante Presidente da Região Norte – Federação Mariana do RJ Congregação Mariana NS Auxiliadora e São João Bosco (Riachuelo)