Regra de Vida nº 14 – Parte 1

Anunciar o Evangelho, onde for solicitado.

Virgem-MariaEsta espiritualidade do Congregado Mariano, comum a todo fiel leigo, se distingue pela marca mariana, uma vez que a Congregação Mariana “não somente assume o título de Bem-aventurada Virgem Maria, mas principalmente porque seus membros professam uma singular devoção à Mãe de Deus e a Ela se ligam por uma total consagração”.

A luz de At 17,28:“Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser”, o congregado mariano descobre a sua espiritualidade; uma procura constante em manter suas ações, segundo a Vontade de Deus, avistando Cristo em todos os homens e mulheres, quer próximos ou estranhos.

Também, animado pela caridade que vem de Deus, o congregado mariano deve praticar o bem com relação a todos, sobretudo para com os irmãos na fé (cf. Gl 6,10), despojando-se “de toda a malícia e engano, hipocrisias, invejas e toda a espécie de maledicências” (1Pd 2,1) e assim atraem a Cristo para todos os homens. O amor de Deus que “foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Rm 5,5), faz com que os congregados sejam capazes de exprimir em verdade, na própria vida, o espírito das Bem-aventuranças.

Os congregados devem seguir a Cristo pobre, e não se deixar abater com a falta dos bens temporais nem se exaltar com a sua abundância; imitando a Cristo humilde, não devem ser cobiçosos da glória (cf. Gl 5,26), mas devem procurar mais agradar a Deus que aos homens, sempre dispostos a deixar tudo por Cristo (cf. Lc 14,26) e a sofrer perseguição pela justiça (cf. Mt 5,10), lembrados da palavra do Senhor: “se alguém quiser seguir-me, abnegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). Finalmente, fomentando entre si a amizade cristã, ajudam-se mutuamente em todas as necessidades.

Mas, para viver este amor a Cristo, e em “tudo amar e servir” (cf. Santo Inácio de Loyola), o congregado possui a marca mariana e faz da Virgem Maria seu modelo perfeito, na sua vida espiritual e apostólica. Para o congregado, a Virgem Maria levou na terra uma vida semelhante a sua e sempre unida a seu Filho e de modo especial cooperou na obra do Salvador; agora, elevada ao céu, “cuida com amor materno de cada um de nós” (Papa Pio XII – †1958). Por isto, o congregado possui junto a Virgem um culto de devoção e confiança. Pede a Sua fiel proteção e a Ela se “consagra”.

Graças à sua consagração, o congregado mariano procura, dentro de suas possibilidades, ser voluntário e livre para ir anunciar o Evangelho onde for solicitado. São empreendedores, e o seu apostolado é muitas vezes marcado por uma originalidade e por uma feição própria, que lhes cultivam admiração.

A espiritualidade mariana, assim como a devoção correspondente, tem uma riquíssima fonte na experiência histórica das pessoas e das diversas comunidades cristãs, que vivem no seio dos vários povos e nações, sobre toda a face da terra. Sobremaneira, devemos sempre recordar, dentre as muitas testemunhas e mestres de tal espiritualidade, a figura do congregado mariano São Luís Maria Grignion de Montfort (†1716), o qual propõe aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como meio eficaz para viverem fielmente os compromissos batismais.

Eduardo L. Caridade 

Fonte: 
VV.AA, As Congregações Marianas no Brasil, 3ª Edição. São Paulo: Ed. Loyola, 1994;

PIO PP.XII. Constituição Apostólica. Bis Saeculari Die, nº 24. Roma, 1948;

PAULO PP.VI. Decreto. Apostolicam Actuositatem, nº 4. Roma, 1965;

PAULO PP.VI. Exortação Apostólica. Evangelii Nuntiandi, nº 43. Roma, 1975;

JOÃO PAULO PP.II. Encíclica. Redemptoris Mater, nº 48. Roma, 1987.

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