Meditação dos Mistérios da Vida de Cristo e de Maria – RV19 – Parte IV

Como meditar suas vidas nos auxilia na caminhada

“A espiritualidade mariana se realiza não somente nos atos de piedade próprios da devoção à Virgem Maria, mas exige do Congregado(a) Mariano(a): – Uma vida de oração pessoal, alimentada pela leitura da Sagrada Escritura e a meditação dos Mistérios da Vida de Cristo e de Maria.

Regra de Vida n° 19 – Parte 4

Neste comentário da Regra de Vida estaremos ampliando alguns aspectos da Espiritualidade Mariana, ancorados em documentos da Igreja, voltados apenas aos Mistérios da Vida de Cristo e de Maria, onde podemos descobrir a partir da leitura da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, do papa santo João Paulo II, que o Rosário com seus mistérios gozosos, dolorosos, luminosos e gloriosos nos coloca em comunhão viva com Jesus, através do Coração de Sua Mãe. Ao mesmo tempo o nosso coração pode incluir na oração os acontecimentos de nossa vida, família, nação, Igreja e congregação mariana. A simples oração do Rosário marca a vida do congregado(a) mariano(a).

Mas, para bem saborear os Mistérios da Vida de Cristo e Maria, se faz necessário, orarmos em ritmo tranquilo e com certa demora nos mistérios do Rosário. Pois, desta forma podemos perceber com maior intensidade à graça que Cristo nos obteve a partir dos mistérios de vida, morte e ressurreição.

Com a prática da contemplação em nossa vida, experimentamos um itinerário espiritual, onde em companhia de Maria nos configuramos com Cristo e passamos a “curtir” esta amizade, respirando com Ele. A este respeito diz o Beato Bártolo Longo: “Tal como dois amigos, que se encontram constantemente, costumam configurar-se até mesmo nos hábitos, assim também nós, conversando familiarmente com Jesus e a Virgem, ao meditar os mistérios do Rosário, vivendo unidos uma mesma vida pela Comunhão, podemos vir a ser, por quanto possível à nossa pequenez, semelhantes a Eles, e aprender destes supremos modelos a vida humilde, pobre, escondida, paciente e perfeita”. (Os Quinze Sábados do Santíssimo Rosário,27 (ed. Pompeia 1916), p. 27).

Congregado(a) o Rosário é o caminho de Maria. É o caminho do exemplo da Virgem de Nazaré, mulher de fé, de silêncio e de escuta. É, ao mesmo tempo, o caminho de uma devoção mariana animada pela certeza da relação indivisível que liga Cristo à sua Mãe Santíssima. Deve ser a oração predileta, pois o Rosário, na sua simplicidade marca o ritmo da vida humana, iluminando e harmonizando a nossa vida com o ritmo da vida divina, na gozosa comunhão da Santíssima Trindade, destino e aspiração da nossa existência.

A Espiritualidade Mariana, se realiza nesta ligação íntima entre Maria, a Igreja e cada congregado(a) mariano(a) gerando Cristo, conforme nos expressa o Beato Isaac da Estrela: “… No tabernáculo do ventre de Maria, Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, permanecerá até ao fim do mundo; no conhecimento e amor da alma fiel do congregado(a) mariano(a) habitará pelos séculos dos séculos”.

Salve Maria!

Eduardo L. Caridade

Bibliografia:

  • Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae nº 2, 12, 13, 15, 24, 25.
  • Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 285