Sinal de nossa Consagração
Alguns aspectos importantes sobre o uso frequente da nossa fita e medalha

A fé católica ao longo de sua história milenar, se utilizou da simbologia para catequizar as nações, basta ir em uma igreja gótica ou em igrejas antigas, que verá os símbolos e representações através dos vitrais, afrescos etc.
A Igreja foi discernindo quais eram ou não, próprios para o uso. Nós, congregados marianos também discernimos ao longo do tempo sobre os símbolos que nos identificam e nos representam. A fita e a medalha, no entanto, não são um simples símbolo, mas um sacramental. Para ilustrar tal importância, certa vez, um Congregado austríaco de 18 anos, em 1929, foi curado milagrosamente de uma febre de mais de 40°C pelo uso da fita com a medalha.
O que acontece, porém, é que muitas vezes a fita vai para a gaveta e não é mais usada. Como reavivar o uso da fita em tantos congregados, nosso sinal visível de nossa consagração a Ela? Queremos aqui relembrar alguns aspectos da nossa fita e medalha.
SACRAMENTAL
A palavra Sacramental significa “semelhante a um Sacramento”, mas há grandes diferenças entre uma coisa e outra. Os Sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo para conferir a Graça santificante que apaga o Pecado e fortalece nossas almas, preparando-nos para a vida eterna no Céu. Já os Sacramentais não conferem a Graça à maneira dos Sacramentos, mas são como que vias para ela. Diz o Catecismo da Igreja Católica:
(§1670-1667): “Os Sacramentais (…) oferecem aos fiéis bem dispostos a possibilidade de santificarem quase todos os acontecimentos da vida por meio da Graça divina que deriva do Mistério Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. (…) A Santa Mãe Igreja instituiu também os sacramentais. Estes são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida”.
Os Sacramentais produzem seu efeito, no dizer teológico, Ex opere operantis (pela ação daquele que opera), isto é, depende da boa disposição dos que os operam. (N. E. Não confundir com ‘ex opere operato’, que é a maneira como opera um sacramento, independente das disposições do seu ministro). Os sacramentais nos preparam para receber e cooperar com as graças que Deus nos concede. São, por si mesmos, transitórios e, não permanentes, como no caso dos Sacramentos.
INDULGÊNCIA CONCEDIDA PELO USO
É conferida uma indulgência parcial aos Congregados que recitarem devotamente a jaculatória “NOS CUM PROLE PIA BENEDICAT VIRGO MARIA” beijando a medalha da Congregação.
NA REGRA DE VIDA, 51:
“Consideram-se Consagrados, ou propriamente Congregados Marianos, aqueles que emitem publicamente, durante a Santa Missa e preferentemente em festa litúrgica da Santíssima Virgem, a Consagração Definitiva a Nossa Senhora, na forma prevista no Ritual das Congregações Marianas (…) Os Consagrados participam plenamente da vida da Congregação Mariana, e seus sinais próprios são a fita azul larga e o distintivo mariano”.
A benção das fitas e medalhas que se encontra em nossos manuais, por si só já, explica bem o caráter sacramental, não meramente simbólico que contém os objetos.
Será que já esquecemos o dia da nossa admissão, onde cada um dos novos Congregados se ajoelhou junto ao assistente eclesiástico, que no ápice do rito, após a fórmula de consagração, nos dá a beijar a medalha no-la impõe? Esquecemos as frases do Hino do congregado mariano?
“… A Fita azul será nossa bandeira,
Penhor do Vosso Puro e Santo Amor.
A medalha que é nossa companheira,
Aumentará, em nós sempre o fervor
Se nas lutas faltar-nos a coragem,
O Vosso Amor, virá nos socorrer.
Beijando na medalha a doce imagem.
Da Mãe querida, havemos de vencer!…”
ONDE DEVEMOS USAR A FITA
Nas reuniões e todas as atividades da Congregação Mariana, nas Santas Missas como assistentes ou acólitos, nas procissões, etc. Há também congregados que utilizam em seus casamentos e batizados de seus filhos e afilhados. Os clérigos muitas vezes as usam por cima das vestes sacerdotais. E o nosso distintivo sempre na lapela, ou no cordão do crachá, nas camisas com sua estampa, onde for oportuno e além, assim como aquele congregado deputado federal que tinha 8 distintivos, um para cada terno usado no plenário em Brasília.
Disse o santo congregado Luís de Montfort* sobre a importância dos sinais visíveis, sem se esquecer do essencial: “O essencial da devoção à Virgem Santíssima, como dito anteriormente, consiste na prática interior de fazer tudo com Maria, por Maria e em Maria. Sem embargo, as práticas exteriores não deixam de ter o seu valor e utilidade, já que elas ajudam a estimular o fervor e a devoção interior, permitem-nos lembrar o que fizemos e devemos fazer e, por último, são próprias para edificar o próximo que as vê. Tais práticas, portanto, não devem ser negligenciadas ou omitidas, sob o pretexto de que a verdadeira devoção reside só e tão-somente no coração, à margem de qualquer manifestação sensível e externa; mas tampouco devem sobrepor-se às práticas interiores, como se o mero repetir de palavras, o recitar de fórmulas ou o levar no pulso umas correntinhas bastassem para fazer de alguém um verdadeiro devoto de Nossa Senhora”.
Que a Santíssima Virgem nos ajude a sermos cada vez mais verdadeiros congregados, dignos dos santos e santas que nos antecederam e possamos cada vez mais valorizar o sinal visível de nossa consagração. São José, modelo daqueles que se consagram a Virgem, rogai por nós.
Alisson Oliveira
Congregação Mariana Nossa Senhora Auxiliadora e S. José
Federação S. José dos Campos.