Mãe da Divina Graça.

Cheia de graça

vito16Maria merece este título, não só pelo fato de ter gerado neste mundo o Autor da Graça, mas porque se preocupa de mantê-la viva em cada um de nós, por meio de Jesus Cristo. Ela é Mãe da Divina Graça sobretudo porque a mereceu verdadeiramente e a dispensa aos demais filhos que Ela gerou em Jesus. Maria, é de fato, Corredentora do gênero humano, inseparável de Jesus na promessa e no cumprimento dos santos mistérios que esta graça nos obtém.

A Ela podemos aplicar justamente as palavra da Sagrada Escritura: “Adeamus ad tronum gratiae – Aproximemo-nos ao trono da graça” (Hb 4,16); “In me gratia omnis – Em mim está toda a graça” (Sr 24,25) e de modo especial o “Gratia plena – Cheia de Graça” (Lc 1,28).

Por isso na sequência das Ladainhas Lauretanas, após a invocação de Mãe de Cristo, a invocamos agora como Mãe da Divina Graça uma vez que a maternidade espiritual da Virgem Maria é uma consequência de Sua maternidade corporal: Maria, que em Jesus teve o Autor da Redenção, com Jesus aplica-nos os efeitos; uma vez que ao gerar a cabeça, gerou também os membros.

O título de Mãe da Divina Graça nos lembra seus atributos de Corredentora, de Cooperadora e de Medianeira das graças: objetos imperativos da mariologia. Aqui, por falta de espaço e não sendo nosso propósito escrever um tratado de mariologia, nos limitamos a sintetizar tais atributos desta forma: como Medianeira universal de todas as graças, no âmbito católico, expresso também pelo magistério pontifício e outros documentos litúrgicos, a missão é atribuída claramente a Maria no fato de interceder junto de Deus e na distribuição a todos os homens todo tipo de graça, aquelas temporais e aquelas da salvação eterna

Isto quer dizer que Maria, desempenha uma “função salvífica subordinada”, é “causa mediada” da graça, enquanto só “Cristo é o único Mediador entre Deus e o homem” (1Tm 2,5-6). Por conseguinte, a função materna de Nossa Senhora não diminui ou ofusca a mediação de Cristo, que permanece única, mas nos mostra a eficácia junto aos homens.

Não podemos esquecer que Deus, autor de todo o bem, da vida e da graça, fonte eterna de misericórdia, quis assumir em Maria um Corpo humano a fim de permitir a todos o retorno ao Pai, o perdão dos pecados, a libertação da escravidão e as alegrias de uma filiação divina. Ora, Jesus, por ser a graça personificada de Deus oferecida ao mundo para gerar salvação e vida eterna, tornando-se “filho do homem” no seio virginal de Maria, fez dela a Mãe de Deus, a Mãe da divina graça.

Desta forma devemos afirmar que a Graça é o dom de Deus, que contém todos os dons, na doação de seu Filho Jesus. Jesus é o dom de Deus que brotou da generosidade do Doador (o Pai), e envolve nesta generosidade, todos aqueles que o recebem. Deus dá gratuitamente o seu Dom, e a criatura que o recebe fica inundada de graça e felicidade. A palavra “Graça” significa, ao mesmo tempo, a origem do Dom, e o efeito do mesmo Dom. A pessoa que o recebe fica cheia da graça.

Na saudação do anjo, Maria foi reconhecida “cheia de graça” com todas as condições de gerar a Graça de Deus sobre a terra.

Vito Nunziante – Presidente da Região Norte (Federação do Rio de Janeiro)